os passeios do evento. Foram nos apresentados vários municípios, sendo assim, acabamos por rodar mais de 1000 km em companhia dos secretários e técnicos das secretarias de turismo e do Sr. Eldon Jung, incansável guerreiro pela causa das bicicletas.

Ao final desta semana de trabalho, consideramos que sim, era possível realizar o evento em um dos municípios. Mas, muito além disso, detectamos a possibilidade de interligação e criação de uma rota para cicloturismo. Ainda tenho gravado na memória a primeira vez que a ideia de apresentar a proposta passou pela minha cabeça. Estávamos Rodrigo e eu, cruzando a ponte entre o Timbó Park Hotel e o Restaurante Thapyoka, para onde iríamos dar a resposta final sobre o evento. Comentei a ideia com Rodrigo.

Paramos ali alguns momentos e, com os pensamentos e o coração em ebulição, percebemos que um grande elo se juntava. Havia vontade política, havia muitas pessoas que receberam com simpatia a ideia do cicloturismo, havia empresários com uma boa visão de futuro e com uma essencial dose de idealismo,

havia uma cultura da bicicleta a ser resgatada nos municípios, havia natureza, cultura e gastronomia de sobra, havia uma rede de estradinhas de terra seguras para se pedalar.

Enfim, pensamos que se havia algum lugar onde o primeiro circuito de cicloturismo poderia ser lançado esse lugar era o Vale Europeu. Dali para diante tudo se desenvolveu muito rápido. Foram seis meses de trabalhos intensos, com muitos envolvidos, para finalmente lançarmos o Circuito em novembro de 2006, dentro da programação do Encontro Nacional de Cicloturismo.

Nesta primeira fase estiveram envolvidos intensamente algumas pessoas, que abraçaram prontamente a ideia, a quem somos imensamente gratos pela realização de um sonho:

Eldon Jung, Sergio Nones, Cintia Kopsch, Tatiana Honczaryk, Dimas Felippi, Família Fink, Egon e Margarete Koprowski, Izabel Viviani, Karim Viviani, Darcizio Bona, Mali Piazza, Celso Pacheco. 

Pelo Clube de Cicloturismo estiveram envolvidos Eliana Garcia, Rodrigo Telles e Walter Magalhães.

sociedade e poder público, desde pequenas propriedades e regiões pouco ou quase não assistidas no turismo até cidades e locais já consolidados. 

A grande importância desta construção coletiva e bem abrangente de toda região está na valorização sociocultural; na manutenção das famílias e populações em seus locais de origem; nas oportunidades e retorno socioeconômico em localidades que antes não tinham movimento com turismo; no turismo o ano todo, inclusive em baixa temporada; na integração de setores, como produção artesanal, turismo rural e gastronômico; no estímulo aos pequenos negócios, trabalho, empreendedorismo; na capacitação e desenvolvimento humano sustentável; na conscientização de respeito e preservação da natureza e atrativos locais; no fomento à mobilidade ativa e mais envolvimento dos ciclistas e moradores locais; dentre outros fatores que representam importante desenvolvimento sustentável para cada localidade.

Nestes quase 14 anos do Circuito Vale Europeu ficamos muito felizes de participar, ajudar a construir e presenciar a importância ampla e profunda do cicloturismo, mostrando como tudo isso é possível e comprovando a importância do cicloturismo como transformador positivo dos locais, ainda mais quando todos os atores (sociedade civil, sociedade empresarial e poder público) estão com pensamentos e ações em sintonia no fortalecimento local. Que o Circuito Vale Europeu nunca perca sua essência original e siga sendo o bom exemplo do cicloturismo realmente transformador positivo local.

espantado com os atrativos oferecidos pelo circuito.

Foi possível perceber então, o grande potencial do que estava prestes a se tornar o primeiro circuito brasileiro estruturado para a prática do cicloturismo aqui no Brasil. Não demorou muito para essa percepção se confirmar, pois logo após o seu lançamento o circuito tornou-se referência para os cicloturistas de todo o Brasil, experientes e iniciantes, recebendo visitantes até do exterior. Em 2008, através do “Velotour”, um evento criado pelo Clube de Cicloturismo do Brasil em parceria com a Associação Vale das Águas e o Consórcio dos Municípios (CIMVI), contou com a participação de 50 cicloturistas vindos de várias localidades do país, logo na sua primeira edição. O objetivo era percorrer o circuito de forma quase autônoma durante os 7 dias do percurso, e foi uma grande confraternização de viajantes e suas bicicletas, descobrindo juntos os atrativos desse belo circuito.

O número de cicloturistas percorrendo o Circuito Vale Europeu foi aumentando consideravelmente ao longo dos anos, e a participação de cicloturistas nas edições anuais do “Velotour” também, o que comprova a importância e o sucesso deste circuito. Foi notório o crescimento dos equipamentos turísticos nas cidades que fazem parte do circuito e seu entorno.  O serviço de hospedagens por exemplo, começou a atender as necessidades do cicloturista e sua bicicleta a ponto de se estruturar para recebê-lo em seus estabelecimentos. Ao longo desses anos, pode mostrar ao poder público e privado, que o cicloturismo contribui e muito para crescimento e desenvolvimento turístico de uma região.

Atualmente o Circuito Vale Europeu é também umas das principais referências e inspiração para o surgimento de novos circuitos pelo Brasil, incentivando o crescimento e a prática do cicloturismo em nosso país.

na ideia. Enquanto pedalávamos para fazer os levantamentos de campo, sempre tínhamos o apoio de algum deles que ia pessoalmente de carro para colaborar. Essa participação engajada da Associação Vale das Águas que hoje se tornou a Associação Vale Europeu, foi crucial, e continua sendo, para o sucesso do circuito.

A existência do Consórcio dos Municípios (CIMVI) também foi outro pilar de extrema importância. Aprendemos que para uma rota de cicloturismo funcionar, todos os municípios devem trabalhar juntos e com a consciência de que dessa maneira todos ganham.